De repente a vida acaba

Eu tomei emprestado aqui o título do livro da querida escritora Clotilde Tavares. Primeiro porque concluí a leitura dele a semana que passou. Eu demoro lendo um livro, e ainda tenho o costume de ler alguns títulos num mesmo período. E se algo na leitura me abala, afeta consciente ou inconscientemente eu paro. E demoro

A industrialização da fome

Comecei a semana escutando um podcast, Café da Manhã, em que a escritora e cozinheira Rita Lobo, entrevistada, falava da importância do Guia Alimentar para População Brasileira. É que recentemente setores da indústria alimentícia no País querem revistar a norma técnica, que de tão qualificada norteou notas técnicas de países como Canadá. O Guia é

Sol de Primavera

Eu tomei emprestado o título da música do Beto Guedes e Ronaldo Bastos. É uma canção antiga(1979), certamente muitos jovens não a conhecem ainda. Sobre quantas vezes cantei essa canção nem sei ao certo. Imagino que umas trocentas vezes, por ocasiões diversas. Sozinha, sorrindo ou chorando. Em algum momento abraçada à amiga Maria de Lourdes

Em setembro, pelas ruas da memória

Desde semana passada eu estava numa latência para escrever sobre minha vida campinense. Pois vivi inúmeros períodos permeada pelas ruas daquele lugar. E hoje acordei e vendo jornais soube da partida da querida colega jornalista Karina Araújo. Karina como tantas outras pessoas afetadas pela Covid-19 não se resume a um número. É um universo inteiro.

Coveiro virtual

É estranho mesmo, mas há quem adore uma notícia mórbida, mesmo aquela pessoa muito “caridosa” que diz levar em conta a dor de alguém. Me deparei muito cedo com esse tipo de realidade. Quem nasceu no interior, uns quarenta anos passados, deve ter algum registro na memória de ajuntamento de gente em torno de tragédia.

A moça que amava os gatos

A moça que amava gatos partiu. Não deixou bilhete, nem recado. Uma das garotas mais lindas que conheci. Linda, linda. Sempre cheia de ternura e verdade. Tinha opinião e em nenhum momento ao defender um ponto de vista se mostrava arrogante ou agressiva, apenas enfática, e transbordante em sorrisos. Certa vez encontrei a moça que

A vida das mulheres importa

Eu nunca vi, assisti ou ouvi falar em minha vida de um homem a quem fosse imputado qualquer responsabilidade sobre a questão do aborto. Em geral, homens não são mencionados, nem quando são os violadores, estupradores, algozes. Isso incomoda muito. E mesmo quando não são estupradores, nem se mencionam os homens quando são os desertores

Talvez no tempo da delicadeza

Pode parecer óbvio, acho que a construção social da paternidade diz até hoje muito sobre as masculinidades. Por vezes, tenho a impressão que não se pode ser generalista, entretanto a figura paterna de certo modo aparece como uma xilogravura do social ou do que historicamente se constrói em torno da expectativa de ser homem no

Antigas canções

Nessa quarentena tá muito difícil não poder abraçar as pessoas que amo. Algumas delas inclusive que jamais voltarei a reencontrar. Acordei de uma noite curta em que tive dificuldades em entrar nela suavemente e dormir. Estava angustiada. Antes, bem cedo, havia passado na porta de duas pessoas muito amadas, feliz por vê-las, mas sem poder

Ninguém nos tira a dança

Pego o título acima de uma expressão emprestada de uma fala de Miguel Rubio Zapata que conheci recentemente durante uma conversa após o espetáculo Clã_Destino, do grupo teatral Clowns de Shakespeare. Pois bem, ao saber da tal viagem, ressalto “cênica-cibernética”, pelas páginas de cultura da Revista Carta Capital, lá fui eu, catucar e buscar meu