“Comunicação no Semiárido Brasileiro” (Ed. Marca da Fantasia, 231 páginas) é título o livro que o Observatório do Jornalismo no Semiárido lançou dia 19 de março, no ambiente do Instagram do Observatório(@objorsemiarido). O livro resulta de três anos de estudos realizados por pesquisadores e pesquisadoras da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte em torno de projetos e práticas de comunicação pensados a partir do paradigma da convivência com o Semiárido.
Para a organizadora da publicação e coordenadora do Objor Semiárido, a professora doutora Sandra Raquew Azevêdo(Dejor/UFPB), a publicação também é um testemunho sobre a transformação social que ocorreu nesse território do Brasil. O livro é uma tentativa também de se refletir sobre o profundo processo de estigmatização por qual passou o lugar ao longo do tempo. Nas últimas décadas, ele vem se reconfigurando socialmente como expressão de renovação de práticas sociais voltadas à cidadania, à sustentabilidade ambiental e à promoção da dignidade humana, apesar de todos os desafios existentes no Brasil.
“Nascemos e vivemos aqui no Semiárido brasileiro. Esse não é apenas um ponto de partida, é o lugar do conhecimento situado, é de onde exercitamos nossa pedagogia da pergunta, numa concepção freireana de pensar. Observamos este lugar a partir de suas entranhas porque somos parte dessa história que nos significou, nos nomeou na geolocalização do país de um modo desigual, propositadamente. Retornar a olhar para esse território brasileiro, enquanto experiência de investigação social, certamente, trouxe muitas provocações e estímulos, pois todos os símbolos e processos vividos são parte de nossa memória social e identitária”, indaga a pesquisadora Sandra Raquew, coordenadora do evento e organizadora do livro.
A publicação é dividida em duas partes. A primeira parte traz capítulos que abordam diferentes experiências que se constituíram no entendimento da comunicação como um direito humano, considerando a convivência com o semiárido enquanto práxis fundamental para ressignificação desse território brasileiro e o protagonismo de diferentes atores sociais em processos de comunicação comunitários, participativos e inovadores. Assim integram essa parte os seguintes capítulos: “Juventudes Rurais e Convivência com o Semiárido: digitalização dos processos sociais no semiárido paraibano”, de Alisson Callado (UFRN); “Observatório do Jornalismo no Semiárido: o discurso da convivência com a seca/semiárido e seu agendamento na imprensa e nas campanhas eleitorais nas Eleições 2014”, escrito por Carlos Alberto Farias de Azevêdo Filho e Sandra Raquew dos S. Azevêdo; “Representações sociais das mulheres rurais no Boletim da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA” das autoras Catarina de Angola Oliveira e Maria Salett Tauk Santos (Universidade Federal Rural de Pernambuco); “Imaginário e construção histórica nas HQs sobre o semiárido brasileiro”, autor Paulo Floro (UFPB) e “A Educomunicação no contexto das práticas de convivência com o Semiárido: a experiência do projeto Semiárido em Tela”, de autoria de Raquel Silva (UFPB).
A segunda parte da publicação inclui o resultado de uma pesquisa realizada pela equipe do Objorsemiárido tendo por temática a pauta da Transposição do Rio São Francisco na imprensa, uma vez desde 2013, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq (por meio da Chamada Universal) o grupo de pesquisa vinha acompanhando a cobertura da imprensa sobre a estiagem no semiárido brasileiro e o debate sobre a Transposição. Reúne portanto os seguintes capítulos: “Transposição do Rio São Francisco: um estudo da agenda-setting do jornal Folha de São Paulo (2017-2018), de Marcelo Augusto Vieira e Sandra Raquew dos Santos Azevêdo”(UFPB); “Um olhar sobre a Transposição do Rio São Francisco: a agenda midiática do Jornal do Commércio online”, de Maria Tatiana Lima Costa e Maryellen Badãrãu (UFPB)” e “Transposição do Rio São Francisco: atributos e enquadramentos no Portal Correio da Paraíba”, do jornalista Anderson Santana.
O livro está disponível gratuitamente na plataforma digital da Editora Marca da Fantasia, no seguinte endereço http://marcadefantasia.com/
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